BEM-VINDOS

Olá a todos!!!
Participem comigo nesta aventura, acompanhando o trabalho desenvolvido por uma equipa internacional de cientistas, a bordo do R/V Marion Dufresne, durante o cruzeiro oceanográfico MD168 - AMOCINT (IMAGES XVII) que decorrerá, no Atlântico Norte, entre 15 de Junho e 10 de Julho de 2008.

Estou a contar com os vossos comentários e questões!

Obrigado a todos pelo vosso apoio e colaboração...

Hélder Pereira
"Teachers at Sea"
Educational Program
Escola Secundária de Loulé
PORTUGAL

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Dia 9 (23Jun)

Coordenadas: 45˚37’ N 33˚02’ W

Olá a todos!!!

Hoje o mar esteve bastante mais agitado e o navio não parou de balançar todo o dia. Ainda assim, não há sinais de enjoo por estas bandas. Continuámos o nosso percurso rumo à zona da fractura Charlie-Gibbs e, na parte da tarde como não houve perfurações, assistimos a uma palestra sobre alterações climáticas. Toda a gente aproveitou ainda para descansar um pouco.

Como vos disse ontem, vou descrever o equipamento de carotagem Calypso. Trata-se de um sistema que permite obter testemunhos de sedimentos até cerca de 60 metros de comprimento e desenvolvido por Y. Balut no R/V Marion Dufresne. Esta capacidade de recolha de amostras de sedimentos oceânicos faz com que este seja um navio único no que à oceanografia diz respeito.


Sistema Calypso

Após o navio ter fixado a sua posição sobre o local da estação de amostragem o equipamento é colocado na água com ao auxílio de uma grua. O tubo de aço do sistema Calypso, bem como o tubo de PVC com um diâmetro de cerca de 10 cm que está no seu interior e o lastro com 3 a 10 toneladas mantêm-se unidos ao navio através de um sistema de ancoragem por onde passa a um cabo de kevlar, com densidade 1. Esta característica do cabo faz com que, uma vez dentro de água, não adicione qualquer peso ao resto do equipamento e diminua as tensões a que o sistema de recolha do equipamento para o convés é sujeito. Numa das extremidades do sistema de ancoragem é colocado ainda um contra-peso com cerca de 100 quilogramas.

O equipamento desce a uma velocidade de cerca de 1 m/s até próximo do fundo do oceano e quando o contra-peso atinge a superfície o sistema de ancoragem é desbloqueado e o tubo e o lastro continuam em queda livre penetrando os sedimentos. A ogiva colocada na extremidade do tubo é fundamental quer para perfurar como para manter os sedimentos no seu interior. Segue-se a recolha do tubo de carotagem para o convés.

Uma vez no convés o tubo de PVC é retirado do interior do tubo de aço e dividido em secções de 1,5 m. Estas secções são então cortadas em duas metades uma das quais é descrita, fotografada e sujeita a análises preliminares; e a outra metade é embalada de forma a ser preservada e arquivada. Ambas são depois armazenadas em câmaras frigoríficas e levadas para os laboratórios das várias equipas de investigação envolvidas no projecto.


Divisão em secções das duas metades da amostra recolhida

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